Ensaio sobre a cegueira me acordou – novamente – para o Saramago. Eu não poderia dizer se foi boa ou má a adaptação da obra, uma vez que não li esta, especificamente. Mas poderia dizer que Saramago estava ali, na voz de Juliane Moore e na direção de Fernando Meirelles.
Também não senti necessidade de classificar o filme como drama, ou como suspense, ou como humor negro (não, isso não é típico do Saramago), ou... eu não senti, porque o filme é. Simplesmente é.
Enquanto as pessoas ficam cegas, apenas uma, num antro dos que não vêem, enxerga. Essa talvez seja sua pior condenação: ver o que fazem os cegos de então.
As alegorias pululam na tela e nas falas, algumas vezes ditadas por uma espécie de narrador que um dia vai voltar a ver. Mas não, ele é personagem e tem seus melhores momentos de velho quando fica cego junto com a multidão. Dá a entender que a vida na cegueira branca é melhor, pelo menos a sua.
O filme é intenso, é tenso, é teso, é a tez de Saramago pelo olhar publicista de Meirelles. É a tese do perder para ganhar. Filme muito bom de assistir com a caneta e o papel do lado. Os bons versos não se perdem, tal como os bons vinhos ou os bons carros.
8 comentários:
Apesar de não ter lido e tampouco visto o filme, sei um pouco sobre ele.. Me pareceu uma obra interessantissima, que pretendo ler assim que encontrar. Enquanto isso, vou procurar ver o filme.
Saramago é genial, quase intraduzível... se o Meirelles conseguiu mostrar a alma de Saramago nesse filme, concerteza é um ótima adaptação.
bjus pra ti, caro Guga!
Oi Guga;
Já estava com muita vontade de ver esse filme,e,agora que você comentou sobre ele,a água parou!
rsrsrsrrss
Brincadeira.
Mas o filme me parece ser de uma sensibilidade incrível.De procura por compreensão..ah,sei lá!
Ah Guga,mudando de assunto,eu vi que vc me add nos seus blogs favoritos(rsrsrs),mas eu mudei o endereço do meu blog,add o novo lá e exclui aquele.
www.vivendomeuspensamentos.blogspot.com
Ahh,eu não estava gostando daquele nome,muito patty!
rsrsrsrrs
beijooos meu querido!
oiii.. com a acerto do cefet, acho que vou levar a sua intuição a sério, estudando mais sobre resenha... rsrsrsr...
Parabéns.. bjusss
PS: não acredito que escrevi "concerteza" no coment anterior.. kkkkkk
Então, acabei entrando aqui nesse espaço também. Boa a leitura do filme: é isso mesmo. Eu li o "Ensaio Sobre a Cegueira" há uns tantos anos, o Saramago ainda nem era Nobel...rs... Foi o primeiro deles e me deixou embasbacada, depois veio o "Evangelho", o "Memorial", "O Ano da Morte de Ricardo Reis", " A Jangada de Pedra", o inigualável "Todos os Nomes" (kafkiano até a raiz) e por aí vai... Confesso que não posso deixar de ter a crítica sobre a repetição que Saramago acabou introduzindo em sua produção em série, empobreceu um tanto. Mas voltando ao filme, realmente é uma realização e tanto e as imagens, putz, são tão chocantes em alguns momentos quanto as palavras encadeadas em vírgulas e mais vírgulas da prosa incançável do Saramago. Se se deve assistir ao filme com caneta e papel, o livro se lê com lápis que tem que escolher o que não sublinhar. As metáforas transpostas em imagens são mesmo para que se fechem os olhos primeiros e se abram aqueles de dentro, janelas da alma.
Inté, inté!
Tem gente que esqueceu de atualizar isso aqui...cri cri cri!
Filme muitooo bom! =D
Meu Délz...Guga,atualiza essa p***
aqui caralho!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Venho super animada pensando que tem post novo e quando vejo...
tá a mesma coisa.
Dô conta de vc não.
Cuida direito do seu filho oxe!
rsrsrsrs...
Te amo!
Assisti ao filme e vim direto para seu blog, tinha certeza que teria algo sobre.
Fascinante filme!
Adorei o filme, adorei seu texto!
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