domingo, 10 de janeiro de 2010

(s)angra

É lamentável a perda de tanta gente em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro . Em Minas também. Em São Paulo, idem. Vejo a mídia fazendo o seu papel ao informar a população. Vejo as pessoas comentando nas ruas, entre os parentes, entre os amigos. Até crianças eu vi lamentando as mortes causadas pelos deslizamentos (ou escorregamentos, como já vi chamarem).
Fico me perguntando, porém, por que todo ano é a mesma coisa. A resposta não tarda. Aliás, as respostas. É que fazer casa em local proibido é prenúncio de desgraça. Não respeitar os limites da natureza, é pedir pra ela revidar. E, como diz um ditado, "Deus perdoa, o homem, às vezes. A natureza, não".
Somos vítimas da nossa própria falta de bom senso. Nem ouso falar em consciência, é pedir demais pra uma população mesquinha que revolve o sonho nos moldes norte-americanos no Brasil.
Eu procuro fazer as coisas certas. Tem um monte de coisa a mais que eu poderia fazer, e não faço, sei disso. Outro dia fiz um teste da WWF via twitter do GreenPeace para saber meu impacto ecológico no Planeta. Achei que, mesmo eu contribuindo com algumas coisas (como evitar o uso de sacolas plásticas não recicláveis, separar o lixo em casa, não jogar lixo na rua, procurar saber a origem dos alimentos que consumo, evitar desperdício, preservar a energia e a água, etc.), o meu resultado foi frustrante: se todos vivessem ao meu ritmo, seriam necessários três planetas Terra. Ou seja, eu consumo, hoje, quase o mesmo que um mexicano! E olha que eles consomem muito por causa da influência direta dos EUA.
Agora, se nossas atitudes aqui determinam o nosso futuro neste planeta, deveríamos fazer uma revisão agressiva da nossa conduta. Passar a consumir mais orgânicos, andar mais a pé, ler mais e ver menos televisão, curtir de fato a natureza, não olhá-la como algo exótico ou extraordinário.
Comecei a fazer caminhada e, no parque onde caminho, há um pequeno pedaço de mata bem fechada. Do lado dela, fica lá um coelhão gigante, vivendo de boa na natureza. Pois no segundo dia de caminhada tinha um desgraçado querendo pegar o coelho. Como eu torci pra ele pisar numa cerca elétrica, pro coelho dar uma dentada no nariz dele, pra ele cair num buraco oculto e ficar entalado.
Nós somos responsáveis pelas escolhas que fazemos. E elas têm apontado para um buraco negro pra onde toda essa massa vai. E, se não voltar, não podemos reclamar da natureza. Ela só cobra o espaço que nós insistimos em afirmar que é nosso.


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

resoluções para 2010

Se engana se espera que vou fazer uma lista aqui das coisas que deixei de fazer em 2009 e que pretendo fazer em 2010. Eu precisava de um título, só isso.
Na verdade, esse texto é uma obrigação minha comigo mesmo para que eu retome meu projeto de escritas aleatórias. O problema é que eu conheci o twitter e passei a twittar todo dia, praticamente, restando pouco tempo pra eu gastar aqui. O que é um erro, na verdade, porque aqui estão os textos. Lá no meu twitter estão as pílulas de redação que eu escrevo na maior das boas intenções pra ajudar meus alunos. Lá eu tenho um trabalhão pra escrever pouco, mas é um trabalho gostoso, porque o exercício da concisão é sempre um ótimo exercício, pra gente não falar besteira demais. Quanto menos falamos, menos besteira sai, isso é óbvio. Mas só tem jeito de diminuir as besteiras que falamos se exercitarmos o texto, o que inclui lê-lo e escrevê-lo. Eis o paradoxo.
Estava com saudade disso aqui, tenho que confessar. Fui ver minha última postagem e ela datava das minhas últimas férias. Espero que isso não se repita em julho de 2010 (já que se repete agora), quero voltar a escrever minhas crônicas e resenhas.
Por falar em resenha, eu ando lendo muita resenha. Meu amigo Robert me deu de aniversário/natal/amigo secreto/presente pro resto da vida, o livro 1001 discos pra ouvir antes de morrer. Cara, que livro massa. São 1001 resenhas elogiosas! E a resenha é um texto muito engraçado, porque basicamente é jornalístico. E, como tal, mesmo com o espaço pra crítica que abre, o texto quase sempre é jornalesco. Mas a resenha boa, aquela resenha que te empolga, mostra o crítico no começo do texto falando algumas obviedades sobre o resenhado e depois, lá pelo meio do segundo parágrafo, o cara não consegue segurar mais e começa a traçar os elogios mais legais, as palavras mais adequadas, os exageros mais "incometíveis" e aí fica tudo lindo. Regozijo total.
Na verdade, desde julho eu ando lendo um, dois livros de cada vez. Não tenho pressa. Demoro um tempão lendo certos livros. Sobretudo romances. To lendo tb o 1984, do George Orwell, que eu comecei a ler há mais de ano e parei porque perdi ritmo de leitura. Nunca mais eu quero que isso aconteça por causa de tempo. E aí, sabe onde eu tenho lido? No banheiro. Acredite, era um tempo perdido pra mim, mas agora eu tenho o que fazer enquanto espero acabar o que eu faço lá.
Outro lugar fantástico pra se ler é em fila de banco. Que desperdício de vida é ficar em pé, às vezes mais de hora, esperando pra dar seu dinheiro pra quem não merece. E sala de espera de consultório médico? Outro lugar fantástico pra ler tb, porque médico geralmente não respeita NOSSOS horários. E tempo àtoa deve ser dedicado à leitura. E esse àtoa é adjetivo, então é junto mesmo. Estranho, né?
Cheguei naquele ponto do texto que eu não sei mais o que escrever. Acho que isso é besteira. Deixa eu parar por aqui pra não escrever mais dela.
Bom vintedez pra vc!