quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

infantil

Recebi por e-meio, não sei quem é o autor... mas é massa!

- E aí, véio?
- Beleza, cara?
- Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.
- Quer conversar sobre isso?
- É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me botando um terror, sabe?
- Como assim?
- Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar. Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com alguém?
- Nunca.
- Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai foi fazer na roça?
E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?
- Sabe a sua vizinha ali da casa amarela? Minha mãe diz que ela tem uma hortinha no fundo do quintal. Planta vários legumes. Será que sua mãe não quis dizer que seu pai deu um pulo por lá?
- Hmmmm. Pode ser. Mas o que será que ele foi fazer lá? VIXE! Será que meu pai tem um caso com a vizinha?
- Como assim, véio?
- Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear. É isso, cara. Eu sou
filho da vizinha. Só pode!
- Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.
- Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.
- Tipo o quê?
- Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato. Assim, do nada. Puta maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!
- Caramba! Mas por que ela fez isso?
- Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.
- Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara.
- E sabe a Francisca ali da esquina?
- A Dona Chica? Sei sim.
- Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá, paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.
- Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.
- Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe, né? Ela me contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não gosta muito de mim.
Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.
- Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia fazer isso com o filho.
- Mas é ruim saber que o casamento deles é essa zona, né? Que meu pai sai com a vizinha e tal. Apesar que eu acho que ele também leva uns chifres, sabe? Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua mora um cara,
que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela chama ele de 'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar ladrilho em tudo, só pra ele poder
passar desfilando e tal.
- Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.
- É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo veio me falar que a vizinha cria perereca em gaiola, cara. Vê se pode? Só tem louco nessa rua.
- Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?
- Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

ímpeto

Vontade de gritar! 10 anos de Ímpeto.




O texto que vc lê abaixo é do meu amigo André "Alemão" Ërl, grande companheiro de banda e de sala de aula. Nós formamos o Ímpeto em 1998 e ele conta a história da banda através das suas memórias. Eu não acrescentaria nada, nem tiraria, porque o bicho escreve bem pra caralho.
Pra quem quiser conhecer o som (?) do Ímpeto, segue o link da última gravação (Canções para novelas globais). ATENÇÃO: SE VOCÊ TEM OUVIDOS SENSÍVEIS, ESTÔMAGO FRACO, MEDO DE ALTURA, PROBLEMAS CARDÍACOS, OTITE, FOTOFOBIA, MEDO DA SUA MÃE, NÃO BAIXE, VOCÊ CORRE O RISCO DE SOFRER AS GRAVES CONSEQUÊNCIAS DE QUEM SE ARRISCA. NÃO RECOMENDADO AO BOM GOSTO.

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Cara, lá se vão 10 anos. Permitir-me-ei usar alguns lugares-comuns aqui: como foi rápido, parece que se passaram 10 meses de Ímpeto. Não, não pretendo resenhar minha própria banda, não sou tão estúpido. Mas deixa eu dizer pra vocês algumas coisas sobre o Ímpeto, que irão soar mais como memórias, relatos de algo que fiz e faço e que julgo legal.
Uma brincadeira de 4 amigos de ETFG, que começou com o bizarro nome de “Screaming in Silence”, em 1997, e que duraria 3 ou 4 ensaios. Depois, como Ímpeto, no início de 1999, o primeiro show (se é que se pode chamar assim) com menos de 10 sons, incluindo alguns covers, no Cantoria, que recebia o 1º Domingão da Brodagem. Isso mesmo, cara-de-pau imensa, em madeira de lei, da nossa parte. Bacuras e Didi gritando, Jander no baixo, Guga Valente baterista e André Erl (ainda sem o Alemão) na guitarra.
Tento não me render ao saudosismo: a experiência no Cantoria ainda mexe muito comigo. Participei diretamente da organização dos “Domingões”, na Liga Hardcore de Goiânia. Tempos de extremismos bobos, típicos da adolescência. Enfim, lembrar de tudo aquilo me emociona de verdade.
Desse extremismo também vinha a proposta estética musical do Ímpeto: antimúsica (acertei a nova grafia?), subverter a estrutura da música. Assim eram feitos os sons.
Muitos shows aqui, também no DF, algumas cidades do interior. Pouca divulgação, pouca importância em estabelecer padrões para o som, e o compromisso apenas com o bem-estar em se fazer música barulhenta. Tosco por opção, por ideal, he, he, he...
Talvez por nascer como um projeto alternativo de seus integrantes (Bacural, Guga e eu tocávamos em outras bandas), o Ímpeto nunca tenha sido a real prioridade, dentro do rock, para seus membros. Isso é um palpite, não é uma verdade. Mesmo em fases onde o som fluía numa facilidade espantosa.
Quando Júlio WCM entrou para as baquetas do Ímpeto, a banda deu um salto de qualidade visível. Compúnhamos músicas novas em todos os ensaios. O grande problema é que estes aconteciam (e acontecem) a cada seis meses. Acredite. E muitos sons legais eram esquecidos. Tocamos inúmeras vezes sem ensaios. Sim, este folclore é verdadeiro. Não é lenda não. Mas o entrosamento entre nós é tão grande, que tocar os sons antigos, de 10 anos atrás, é quase automático.
Eu costumo chamar de “fases” alguns momentos distintos da banda. Eu já estive fora do Ímpeto por mais ou menos um ano. Cheguei a pogar em show do Ímpeto, sem estar na formação. Foi quando Guilherme C(h)oice esteve na guitarra, meu posto na formação original. Dedicava-me exclusivamente ao Kundaline, neste ínterim.
Daniela Canhête, ex-Èlet, esteve conosco. Vi poucas pessoas, em 16 anos de rock, com sua atitude. É alguém que tenho no meu panteão goiano do rock. Ela sabe disso.
Lúcio Didi é nosso Chuck Norris. Não houve, não há e não haverá baterista mais pedreiro que ele. Furando peles constantemente, em ensaios e shows, devido à força com que batia. O cara era 0% de gordura, e levantava caminhão de brita com dois dedos. Uma das pessoas mais sinceras e honestas que eu conheci na vida inteira, nestes 29 anos.
Janderjans Monteiro, o Jander Joaninhas, o cara da flanela. O primeiro baixista do Ímpeto. Cidadão tocantinense, espírito de baiano, contador de “causos”. Passou muito tempo sendo baixista sem o ser! Ha, ha, ha, ha!!! Companheiro das 1ªs brejas, após nos tornarmos “caídos”, ex-straight edgers. Putz...
Nunca ri tanto enquanto Alexandre Senhori WCM esteve no Ímpeto. O cara é uma figura! Espontâneo, nos matava de rir nos ensaios. Virtuoso, inventava suas próprias bases, que nada tinham a ver com os sons. Descobrimos isso e mais uma vez, demos pala. Nino, do Castelo Rá-Tim-Bum.
Vegetarianismo. Eis um mote permanente nos primeiros anos. Éramos todos vegetarianos. Alguns inclusive se rotularam SxE. Fiz isso num curto espaço de tempo, mas fiz. Não usávamos álcool, nem marijuana. Garotos bem-comportados. Nagávamos uma boa picanha maturada, passávamos longe de um cupim gotejando colesterol. Histórias mil de sofrimento por estes ideais, que faziam todo sentido, anos atrás, pra nós da banda. Quantos "X-Quaresma" detonamos? Quantos litros de refrigerecos diversos (Coca-Cola era pra vendidos alienados)? Hoje, apenas Bacural e Júlio continuam se alimentando saudavelmente. Devem ter muito menos colesterol que eu, são bem mais magros, mais ágeis, não ficam bêbados nunca... enfim, COITADOS! Não sabem o que estão perdendo, he, he, he, he... Estou cooptando Júlio pro meu time. Já tenho excelentes resultados.
A primeira demo foi em K-7, tosca. Um ou outro material em coletâneas pelo Brasil afora, e só.
O novo material mescla sons antigos e novos. Vai ser lançada de forma organizada. Pretendemos dar um gás novo ao Ímpeto, tocando mais, ensaiando e compondo mais.
O Ímpeto é assim, existe porque a necessidade de gritar às vezes é muito urgente. Existe porque a amizade ali é forte demais. Existe porque já virou lenda, folclore caricato da atitude moleque hardcore. Existe porque é sincero, ninguém ali faz pose. Existe porque é necessário na vida de seus integrantes atuais: Bacuras, Júlio, Guga e eu. Da minha parte, hardcore até onde der!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

falha

Eu ia pedir desculpas... Mas pra quê, se a culpa não foi minha? Eu até intencionava atualizar o blog todos os dias, como havia prometido. A internet da casa onde fiquei (e que casa... depois falo mais dela) caiu no dia seguinte à minha última utilização. Pergunta se voltou. Voltou nada, fiquei lá todos esses dias sem atualizar. 
Agora estou retornando a Goiânia cheio de alegria pelos dias vividos em Floripa. Que cidade. Que praias. Fiquei num bairro (?) chamado Jurerê Internacional, frescura de minha irmã. Mas que frescura boa, que lugar. Beverly Hills brasileira. Até tirei foto dos carros loucos que vi lá. Mas depois eu falo disso, agora quero só me justificar de não ter estado aqui como prometi, mas foi por força maior, nem foi falta de tempo.
Enfim, amanhã chego a Goiânia, feliz, feliz...
Abraços a todos e feliz ano novo!