quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

primeiro post

      Hoje deu vontade de escrever. Tenho um conto em andamento, tenho que começar a elaborar propostas de redação para o semestre, tenho uma qualificação de doutorado para corrigir. Bastante coisa pra quem está de férias, né? Mas me bateu vontade de escrever. E eu acho que é uma das primeiras vezes que escrevo neste blog sobre.... nada. Eu não tenho assunto nenhum para me motivar a escrever e mesmo assim eu continuo. O que houve com minha preguiça?
      Aliás, tenho uma teoria sobre esse pecado capital. Gula, inveja, ira, avareza, vaidade, luxúria... todas essas coisas você comete. Você é o agente do pecado, portanto, você é o responsável por ele. No entanto, com a preguiça acontece o oposto. Você é paciente da preguiça, ou seja, não é você quem a comete, é ela que te acomete. Assim, os pecados capitais deveriam ser seis ao invés de sete. Porém, o círculo não se fecharia direito, já que sete é um número mágico.
      Falando nisso, tenho uma atração maluca pelo sete. Desde sua forma, 7, passando por sua escrita, SETE, a presença dele na data do meu nascimento (17/07/78 - pronto, falei a idade) até todo o misticismo que existe sobre ele ser o número da perfeição. Não sei explicar minha atração por coisas místicas, eu, tão cético quanto mais física leio e mais velho fico.
      E o que seria de nós, me surpreendo me perguntando, e o que seria de nós sem essas básicas contradições? A vida parece mesmo pautada pelos nossos acertos e, sobretudo, por nossos erros. A lógica da contradição está no fato de que, ao nos contradizermos, podemos persistir no ridículo ou tentar consertá-lo. A contradição parece sustentar nossa vida, como nossas duas pernas. Damos um passo a frente (o acerto) e outro passo a frente (o erro). É isso mesmo, o erro é que conduz nossas vidas, tal como o acerto. E tudo isso porque medimos nossa vida partindo do pressusposto da grandeza tempo.
      Complicado? Também acho. Inclusive, quando o povo da física fala que tempo e espaço estão entrelaçados, e que a gravidade existe e poderia ser verificada quando uma deformação nessa teia espaçoXtempo.... quando o povo da física fala disso, eu dou uma pirada. Sério.
      Eu queria escrever mais, bem mais, acontece que eu fui acometido pela preguiça. Estou de férias, então é natural que eu queira fazer nada. Até achei que minha leitura de Poe nas férias ia ser rápida por causa das chuvas que me impedem de sair de casa da quantidade de ócio que eu tenho acumulada. Que nada, to achando tudo meio enfadonho. No próximo conto, o famoso "Gato preto", as coisas devem melhorar.
      Tenho que escrever sobre algo sério. Preciso achar um tema sério pra tratar. Estou com vontade de escrever a sério. Já mencionei hoje que estou com preguiça?
      Desconsidere essa tessitura emaranhada. Mas volte nos próximos posts. Valeu.

Um comentário:

Pâmela Souza disse...

"... e o que seria de nós sem essas básicas contradições? A vida parece mesmo pautada pelos nossos acertos e, sobretudo, por nossos erros."
Totalmente Clarice Lispector:
"Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
Com carinho e saudades,Pâmela!
aah da uma visitinha no meu blog
museu intimo
qndo tiver um kdim de tempo

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