terça-feira, 6 de julho de 2010

confúcio

Bem, como estou de férias e não quero perder a mão não escrevendo, vou resenhar também alguns filmes que estou assistindo nesse meu ócio criativo. E o primeiro filme que será brevemente analisado é Confúcio. Vamos à resenha!
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Qualquer pessoa que goste de aforismos já deve ter lido pelo menos um do pensador, professor e gente boa chinês Confúcio (Kong + alguma coisa em chinês que significa professor). A obra, dirigida pela esperta Hu Mei, se passa em meados de 480 a.C. e traz no papel do mestre o ator Chow Yun-Fat (dentre outros filmes, O tigre e o dragão). Estranho, porque geralmente ele faz filmes envolvendo muita ação e violência. Dizem que o filme em que mais morre gente a bala é com ele (Fervura máxima), mais de quatrocentos!
O filme é na verdade uma biografia e conta os instantes mais importantes da vida do filósofo chinês, do momento em que atua na política, deixando de ser um mero professor, até seus momentos finais. Como bom articulador eloquente que era, colocava batatas quentes nas mãos de todos os líderes que se lhe afiguravam e esses acabavam se dobrando diante de seu aprumado e ético discurso.
O filme é recheado de várias passagens inteligentes do filósofo, ensinamentos, lições de vida todos eles de algum modo ligados à ética e civilidade.
A relação das ideias de Confúcio com as de Thomas Morus (Utopia) são perceptíveis, pois os dois vislumbravam uma sociedade em que o povo, o governo e as outras cidades pudessem manter uma profunda relação de respeito, estabilidade emocional e fuga dos instintos beligerantes humanos.
O filme é muito bonito. A fotografia é uma questão muito valorizada no recente cinema chinês e é muito raro ver algum filme daquela região que não se destaque nesse quesito. 
Quem gosta das passagens de Confúcio, da lógica racional com que pronunciava suas meditadas palavras, vai ver nesse filme que a vida do pensador não foi fácil, com várias perdas significativas, exílio por vários anos, fome, mas muita sabedoria e humildade.